A Doce Inocência (2ª parte / final)

por junho/2016Crônicas0 Comentários

Volto a falar da minha amiga Lindanalva, uma candura de pessoa. Ela resolveu fazer uma reforma no seu apartamento, que fica situado no bairro de Neves, aqui em São Gonçalo. Conversou com um pedreiro, seu conhecido e amigo, que não poderia executar a obra naquele momento, pois tinha muitos serviços já contratados para aqueles dias. Somente ficaria liberado dos compromissos assumidos, após o prazo de três meses.

Era muito tempo, e minha amiga queria reformar logo a cozinha e o banheiro do seu apartamento. O pedreiro amigo a orientou no sentido de compra o azulejo e o piso necessários para a obra. Já com o material estocado em casa, ela “saiu em campo” para encontrar o profissional capacitado. Procurou, procurou, indagou, indagou. Nada do pedreiro.

Um belo dia, quando minha amiga menos esperava, a campainha do apartamento tocou. Para sua surpresa era um rapaz que se dizia excelente pedreiro, profissional capacitado, que para ser engenheiro só faltava o diploma. Minha amiga, sem saber por quê, não foi muito com a cara do rapaz, talvez fosse a intuição feminina. Porém ele era o único profissional disponível, e ela estava impaciente pra começar a reforma. Ele “jogou um papo cheio de cascata” pra cima da Lindanalva. Enfim, mesmo indo contra a sua intuição, ela contratou o rapaz.

Minha amiga saia para trabalhar cedo, deixando o apartamento nas mãos do pedreiro encarregado da obra. Ao final de uma semana os azulejos e o piso estavam ocupando a metade dos espaços nas paredes e no chão. Lindanalva, então, indagou ao pedreiro por que ele parou o serviço, pela metade. O rapaz informou que o material havia acabado. Como acabado? O seu amigo, um velho pedreiro, tinha calculado o material suficiente para toda a obra e ainda sobraria parte como reserva.

Fazendo uma “cara de vítima”, o rapaz disse que o amigo de Lindanalva já estava velho e que deveria ter errado nas medições, pois ele sim era muito bom profissional. Reclamou, ainda, que tinha ficado parado uma semana por falta de material.

Minha amiga para se vir livre do rapaz e terminar logo a obra, comprou o material que faltava e ainda pagou a semana em que ele ficou parado.

Dias depois, a reforma terminou.

Após elogiar a honestidade da minha amiga e agradecer muito a confiança nele depositada, o pedreiro despediu-se, colocando-se à disposição para fazer outros serviços, quando ela necessitasse.

Agradecendo a Deus por ter ficado livre daquele “tipo”, minha amiga seguiu com sua vidinha rotineira. Certo dia, ela em visita ao apartamento de uma vizinha, moradora no mesmo prédio, que a havia convidado para mostrar-lhe a reforma que tinha feito, elogiou:

– Puxa! Sua cozinha e seu banheiro estão lindos!
– Obrigado, foi o pedreiro que trabalhou no seu apartamento. Foi ele quem forneceu o azulejo e o piso.

Minha amiga então “pensou com seus botões”:

– Sabe de uma coisa eles são iguais aos meus.

A vizinha continuou a falar, cheia de felicidade:

– O pedreiro disse que tinha em casa esse material e me vendeu baratinho. Ele é muito honesto e competente, você não acha?

Minha amiga, “espumando de raiva”:

– “Honesto demais!”


Veja outra história sobre essa minha amiga aqui.

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