A Vingança do Bonde

por março/2016Crônicas0 Comentários

Bonde São FranciscoHá muito tempo atrás existia o bonde. Ele era um transporte seguro e barato. Tinha bonde aberto com reboque, tinha bonde fechado, tinha bonde bagageiro, que levava compras das feiras e outras bugigangas mais. O bonde sempre andava devagar. Eu lembro que certa feita na minha adolescência me meti a soltar do bonde andando e me esborrachei no chão.

No carnaval o bonde era parte integrante da festa, em seu interior iam os palhaços, os pierrots, as colombinas, todos cantando as marchinhas de carnaval, jogando serpentinas e confetes nos transeuntes. Que saudade dos bondes!

Mas o bonde não era unanimidade, sempre havia alguém reclamando do meu amigo. Uma das reclamantes era a esposa daquele senhor que morava na Rua São Lourenço. O barulho desses bondes quando passam aqui em nossa porta é horrível. Esse miserável só serve pra me irritar.

Bonde Santa RosaO marido defendia o pobre bonde, eu gosto de andar de bonde ele é fresquinho. O filho do casal, que andava pela casa dos 13 anos, pensava lá com seus botões, se um dia acabar com os bondes onde eu vou colocar o vidro pra ser moído nos trilhos para fazer meu cerol?

Certo dia deu-se a melodia, era de manhã, o esposo da reclamante havia ido trabalhar o filho já tinha ido pra escola. De repente um estrondo, um bonde adentrou naquela casa sem ser convidado, e qual não foi a surpresa dos vizinhos que, ao chegarem ao local do desastre, se surpreenderam com aquele visitante indesejado. Não, meus amigos, não estou falando do bonde, e sim daquele homem que estava só de cueca samba canção.

Algumas pessoas são capazes de jurar que viram o bonde dando um sorriso.

Bonde Niterói


Fotos de Carl Heinz Hahmann.

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