Senzala

por abril/2017Poesias0 Comentários

Foto: Marc Ferrez, 1885

Ô, ô, ô, ô…
Ô, ô, ô, ô…
Ô, ô, ô, ô…
Ô, ô, ô, ô…
Esse lamento
Em forma de canção
Ouvia-se
Durante as noites
Na jaula
Que alguns chamavam
Habitação.
Senzala
Ai, ai, senzala.
Lágrimas de sangue
Pelo chão
Corpos em frangalhos
Almas em decomposições
Pai Oxalá
Por que tanta
Discriminação?
A noite
E o dia
Não são irmãos?
Ainda hoje
Os atabaques
Ecoam as dores
Dos antepassados
Tá, tá, tá…
O corpo cicatrizou
A alma não senhor
O lamento
Do meu povo
Pedido de socorro
Gemidos na escuridão
Ainda marcam presença
Na alma
E no coração.
Ô, ô, ô, ô…
Ô, ô, ô, ô…

Este poema foi musicado por Dudu Fagundes, clique aqui para ouvir!

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