Hoje vou falar de alguns lugares que eu fui, ao longo de meus setenta anos de boa vida.
Começo falando da Boa Terra, minha querida Bahia. Saudade de Salvador. Quando pela primeira vez aportei por lá, fui fazer o tradicional passeio turístico pela cidade. Chegamos à famosa Lagoa do Abaeté, como diz uma música de um amigo meu, “areia branca abraça a água negra, num abraço de fé”. O guia logo fala que o local é mágico, quem jogar uma moeda na lagoa, rapidamente vai conseguir um amor duradouro, segundo ele, a lagoa é tão poderosa que consegue desencalhar até banguela. Dito isso a mulherada começa a jogar as moedas, até um velhinho vira de costas e joga a sua moedinha, na maior encolha. Eu não levei fé, peguei umas moedinhas e comprei um acarajé numa baiana, ela me perguntou: quente ou frio? Pensei que ela estivesse falando sobre o tempo, então respondi “hoje tá quente”. A pimenta ardeu tanto que cheguei a beber água da lagoa… É, a lagoa é mágica mesmo!
Santa Catarina, Florianópolis, terra boa para se viver… Lá vou eu no passeio turístico, paramos numa praça no centro da cidade. Nesta praça existia uma árvore frondosa, o guia fala para os turistas: “quem der vinte voltas pela direita e depois vinte voltas pela esquerda e fizer um pedido, este pedido vai se realizar!” Mais uma vez as viúvas, solteiras, titias esperançosas de acabar com o zero a zero seguiam o conselho do guia, que incentivava: “vamos não pode parar!” Eu que sou preguiçoso fui para o mercado de peixe comer um marisco e tomar uma cerveja bem gelada.
Na Bota famosa, La Bella Itália, Roma a cidade eterna, fomos conhecer a Fontana di Trevi. Lá não foi preciso o guia falar, pois um rapaz passava falando com os turistas para jogar uma moeda na fonte. O guia ratificava a orientação, as moedas caiam na fonte, um marido brasileiro falou para esposa: “joga Real porque o Euro é muito caro”, o guia então falou: “para o pedido ser aceito tem que ser Euro!”
Um dia eu vi o retrato no jornal do rapaz que mandava que os turistas jogassem as moedas na fonte. A noticia dizia que aquele era o homem preso ao mergulhar na Fontana di Trevi de madrugada para pegar as moedas no fundo da fonte.
Rio de Janeiro, Praia de Copacabana… Eu todo arrumadinho, branco dos pés a cabeça, até a cueca era branca. Eu ia sair da praia para uma festa bem chique. A queima de fogos mal terminara quando uma amiga minha me disse: “vamos pular as sete ondas porque dá sorte!”
“Não vou, eu não acredito nisso”. Ela insistiu: “vamos, vamos!”
Embora contra a vontade, fui. Na segunda onda, tropecei e cai, fiquei molhado de corpo e alma, peguei um resfriado.
Ainda ao longo do caminho para casa, tive que ouvir muito “Feliz Ano Novo!”
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