Ela era a vó da menina Simone. Morava em uma chácara no interior do Rio Grande do Sul.

Descendente de alemães, a velha senhora era muito braba, com ela não tinha “dá o pé, louro”, Ela não livrava a cara de ninguém, todos tinham que andar na linha, senão lá vinha bronca pesada. A não ser a netinha favorita da velha senhora, a menina Simone, ou melhor, como ela chamava a menina, “minha doce netinha Sim“, em vez de Simone.
A menina Sim deveria ter por volta de dez anos, porém ela não era mole. Certa vez, Dona Hanna estava com os óculos com uma haste quebrada, quando Sim notou e disse: “A vovó está com um óculos de uma perna só, ele parece um Saci Pererê.” A Dona Hanna caiu na gargalhada, coisa que ela nunca fazia.
Sim subia nas árvores, corria atrás das galinhas, ela não parava. Um belo dia a vó comprou um ganso, ele também era brabo. Quando a menina chegava perto dele ele a botava pra correr. E Dona Hanna sorria!
Quando a menina Sim fez doze anos, a vó, no dia do seu aniversário, deu a ela um presente que Sim aguardava há muito tempo, já que a vó sempre prometera dar um presente especial naquela data. A Dona Hanna então disse: “Este presente vai ser muito útil para você, espero que goste.” A menina Simone ficou ansiosa, antevendo o que seria o tal presente, pensando em mil coisas que sonhara como presente. Perguntou à vó: “Vó querida, afinal qual é o meu presente?”
A Dona Hanna fez um suspense e disse: “Comprei uma cova num lugar bem fresquinho no cemitério, quando você morrer não vai sentir calor.”
A menina Sim bradou algo impublicável.
0 comentários