Na Venda da Cruz, ficava localizado o 3º B.I. O quartel onde a garotada do município de São Gonçalo se apresentava para fazer os exames médicos, a fim de se incorporar às fileiras do Exército brasileiro.
Contam-se várias histórias sobre esses exames (folclóricas).
O pessoal mais antigo falava muito em um sargento que era o terror dos novatos.
O sargento perguntava quem tinha intimidade com a caneta. Quando o soldado se manifestava, ele entregava uma vassoura e mandava varrer o quartel.
Às vezes ele passava junto a um soldado qualquer que varria o chão. Olhava, chamava o soldado e o repreendia: você deixou um pedaço de madeira no chão. O soldado tremia, procurava e não encontrava. Então, o sargento se abaixava e pegava um palito de fósforo, saía rindo do soldado.
Agora vou falar de quando eu me apresentei.
Depois de acordar de madrugada, lá estava eu na fila dos exames. O oficial médico dá ordens:
– Todo mundo em fila e sem roupa, todo mundo nu!
Alguns rapazes tímidos colocavam as mãos escondendo os “documentos”.
O sargento, percebendo, gritava:
– Aqui só tem homem, vamos deixar de frescura, todos em posição correta!
No final da fila, um rapaz magrinho, meio raquítico, continuou querendo se esconder. O sargento percebendo, o chamou e disse: Você aí vem cá. Hoje você perderá a vergonha, fique ali no sol de braços abertos. Um engraçadinho da fila virou e disse: “salário mínimo”. Até a sua “baixa” do serviço militar, ele só era chamado de “salário mínimo”.
Na hora do exame de vista, o médico chamava os rapazes e mandava que eles olhassem algumas letras projetadas na parede e perguntava o nome das letras. Um determinado rapaz, na hora do seu exame, foi perguntado: que letra é esta? O rapaz respondeu: é “B”. Era um “A”. O médico aumentou o tamanho da letra: que letra é esta? O rapaz: é um “C”. Era um “R”. O médico aumentou ainda mais a letra. Que letra é esta? O rapaz: é um “Z”. Era um “I”. O médico disse: Sai, rapaz, você não tem problema de visão, você é, sim, um analfabeto.
E.T.: Eu, graças a Deus, não servi.
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