Malandro é Malandro

por abril/2022Crônicas0 Comentários

Hoje eu vou falar de um fato que aconteceu no meu tempo de criança, ou melhor, jovem, na minha querida Niterói. Pequena história que presenciei.

A história dá conta de uma tenda que foi erguida na Praça Araribóia, bem no Centro de Niterói, ao lado da Estação das Barcas da Cantareira. E o que tinha nessa tenda era um homem vestido com uma camisola branca, cabelo grande e sinal na testa, chamado de  terceiro olho.

Falavam que ele era um indiano, magro como ele só, deitado numa cama de prego, dia e noite, sem se alimentar e nem beber água. Chamavam de Faquir, pagava-se uma pequena importância para espiar por alguns minutos. O povo ficava surpreso de como ele suportava ficar tanto tempo sem se alimentar nem beber água.

Era um sucesso. A tenda durante o dia ficava com filas enormes, o povo queria ver como reagia ao jejum. À noite a tenda ficava fechada por uma hora. Até que um dia um jornalista descobriu que nesse intervalo o Faquir devorava uma feijoada completa, acompanhada de uma Black Princess bem gelada.

Moral da história: malandro é malandro, otário é o povo.

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