Meu amigo Nair de Souza (sim, seu nome era Nair) sofreu muitas gozações na infância e na adolescência. No colégio, quando o professor fazia a chamada e ele respondia com aquela voz de homem, era um riso geral dos demais alunos.
Bem, ele cresceu e virou adulto e deixou pra lá o nome que serve para homem e mulher.
Tornou-se motorista de táxi, casou, teve filhos e até netos. Porém, de vez em quando, um companheiro de profissão encarnava nele. Ele não ligava mais, com o passar do tempo parou a gozação.
Meu amigo, certa noite, já se preparava para deixar o ponto e ir para casa descansar, quando surgiu um senhor de terno e gravata bem falante que solicitou uma corrida até um hospital, pois queria visitar sua pobre mãezinha internada.
Em principio, ele ia recusar a corrida pelo adiantado da hora. Porém, como ele achou o senhor uma pessoa distinta, resolveu levar.
O passageiro foi conversando com ele e perguntou: “O senhor não tem medo de ser assaltado?” Nair disse: “É logico que tenho, porém eu só levo pessoas confiáveis como o senhor.”
“É, mas o senhor se enganou, encosta o carro na pracinha escura e passa o dinheiro!” Nair levou um susto: “O senhor de terno, bem vestido, é um assaltante?!” “Sim, esta roupa é minha roupa de trabalho. Passa tudo!” “Já dei tudo.” “Não, tudo é tudo: cueca, meia, carro.” Meu amigo perdeu geral. Ficou nu com a mão no bolso.
Ele se escondeu num mato sem saber o que fazer.
Nisso para um carro e desce um casal. O casal vai caminhando para o escurinho e ele ouve o seguinte: “Meu amor, vamos ali que eu vou te mostrar o sol da meia noite.”
A menina tira o vestido e um lenço que cobria seu pescoço. O rapaz fala: “Fecha os olhos que o sol vai surgir” e começa a abrir o zíper da calça.
Nisso, meu amigo Nair sai do mato nu. “Socorro!”
O casal se assusta e sai correndo. Deixando o vestido e o lenço na grama.
Sem outra saída, Nair se veste de mulher.
Como o ladrão tinha deixado um trocado para ele pegar o ônibus, assim ele fez.
Já era de madrugada quando ele entrou no ônibus, sentou-se um banco no final do coletivo.
Num ponto adiante, entrou um bêbado e resolveu senta-se ao seu lado. O bêbado não tirava os olhos das pernas cabeludas do Nair. O bêbado então perguntou: “Como é o seu nome, minha flor?”
Meu amigo, chateado, falou com voz grossa: “Nair!” Foi aí que piorou a situação. O bêbado então disse: “Eu adoro mulher de pernas cabeludas e que tem voz de homem!”. Ato contínuo, lascou um beijo na boca do Nair. Até hoje meu amigo sente aquele beijo.
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