Hoje eu vou falar do meu amigo A. Magalhães, gente finíssima.
Ele nasceu com o dom para o comércio, tudo para ele era vendável, e sempre com lucro.
Contam, as más linguas, que desde pequeno era assim. Certa feita, ele ganhou uma chupeta ortodôntica, de cor azul. Saiu para brincar, quando voltou trouxe uma chupeta branca e um pirulito.
Ele se metia em tudo que gerava lucro imediato. Comprava um carro para seu uso próprio, se lhe oferecessem mais quinhentos réis ele não pensava duas vezes, vendia logo.
Quando esquadrias de aluminio viraram moda, quem abriu uma loja? Sim, o meu amigo A. Magalhães.
Táxi na praça também teve, confecção de roupas idem. Onde estivesse “dando dinheiro” lá estava meu amigo no meio. Inclusive às vezes o chamavam de “turco”, tal a sua sagacidade para negociar. Porém, a melhor do meu amigo foi quando ele resolveu tirar a Carteira de Motorista.
Lá ia ele no fusquinha da auto-escola pela rua Feliciano Sodré, bem encostado no meio-fio, com um medo danado dos demais veículos. Nisso passou um bonde. Naquela época existia os queridos Bondes. De dentro do mesmo um colega do Banco gritou para o A. Magalhães:
– Dá-lhe, braço duro!
A Magalhães, cujo carro neste momento estava entre o Bonde e o meio-fio, colocou a cabeça para o lado de fora do veículo, para ver quem era o engraçadinho.
À frente do carro da auto-escola ia uma carrocinha de pipoca. A. Magalhães olhando para o Bonde. O pipoqueiro correndo para não ser atropelado. O instrutor com as mãos na cabeça, prevendo o que ia acontecer.
O carro “fungava” o pipoqueiro, quando A. Magalhães finalmente viu o engraçadinho no Bonde.
O sinal fechou. O Bonde parou.
O pipoqueiro parou. A. Magalhães continuou.
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