A Volta ao Mundo

por julho/2016Crônicas0 Comentários

Carro VariantAlô, gente! Hoje eu vou falar sobre o meu amigo Anastácio, mais conhecido por “Naná”.

“Naná, o esperto”, como ele mesmo se considerava, trabalhou comigo em uma empresa estatal no Rio de Janeiro, morava, na época, no bairro de Mangueira, em São Gonçalo.

Politico como ele só, serviu a governadores e a diversos outros políticos. Sempre estava “numa boa” saía governo, entrava governo.

Certa feita a nossa empresa organizou um torneio de futebol de salão, tendo escolhido um clube da colônia portuguesa para serem realizados os jogos. Este clube fica no Rio Comprido, bairro do Rio.

Depois do futebol, algumas cervejas entremeadas com legítimas sardinhas portuguesas, não se esquecendo dos tremoços que acompanhavam a velha cerveja preta barriguda. Algo “bestial”.

Na hora de regressarmos para São Gonçalo, consegui “descolar” uma carona na velha Variant do meu amigo “Naná”. Lá fomos nós: “Naná”, seu filho e eu.

Meu amigo pegou o elevado Paulo de Frontin, andou, andou e nada de chegar à rodoviária.

Preocupado com a demora, falei: – “Naná” você conhece o caminho?

– Pode deixar comigo. Você acha que eu, acostumado a levar “fechada” dos ônibus de São Gonçalo, vou me “enrolar” aqui no Rio?

Entramos no túnel. Ao sairmos, a paisagem da Lagoa estava linda.

– “Naná”, isto aqui é a Lagoa!

Ele não se deu por “perdido”.

– Meu filho! Não conheces bem o Rio? Aqui é a Lagoa Rodrigo de Freitas.
– Bem, já podemos ir para Niterói? – Perguntei.
– Claro, amigo!

Continuamos a nossa peregrinação. “Naná” não fez o retorno na Lagoa. Quando percebi, já estava saindo do túnel, em São Conrado.

– “Naná”, não estamos voltando? Aqui é São Conrado.
– Viu, filho? Isto é São Conrado.

Eu estava vendo que se a situação continuasse, nós, em breve, chegaríamos a Santos, pois meu amigo não sabia como voltar. E o pior: não queria dar o “braço a torcer”.

Troquei de lugar com o seu filho, passando para o “banco do carona”. Senti-me como “guia de cego”.

Quando finalmente chegamos a nossa São Gonçalo, não aguentei e disse:

– Graças a Deus chegamos sãos e salvos.

“Naná”, fazendo cara de zangado, respondeu:

– Se você não ficasse dando “piruada”, nós já teríamos chegado há muito tempo. Da próxima vez, fique calado, tá legal?

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