Carga ao Mar

por setembro/2019Crônicas0 Comentários

O tempo não para. Além disso, as coisas mudam: o que foi ontem nem sempre é igual no hoje, bem como o amanhã possivelmente será diferente do hoje. A história que vou contar fala dessa mudança do tempo na vida de um amigo meu.

Quando ele era criança, só comia batata frita e tomava um copo duplo de Toddy. Em função disso, era constante uma prisão de ventre que fazia com que sua mãe fosse obrigada a dar uma mãozinha para que ele conseguisse  fazer a eliminação dos restos fecais. Na adolescência ele mudou um pouco, já conseguia fazer suas necessidades sem precisar de ajuda de ninguém. Umas duas vezes ao dia pela manhã.

Homem na privada com calça arriada

Sendo que certa feita ele cismou de tomar um copo de leite gelado e comer um churrasquinho com molho depois de jogar uma partida de futebol de salão num bairro um pouco distante da sua casa. Só que, quando ele pegou o ônibus para ir embora, a revolução na sua barriga começou. Ao descer da condução, tinha que andar uns dez minutos antes de chegar à sua residência, porém a guerra explodiu, não dando para segurar. Só restou tirar a camisa e colocá-la como escudo protetor.

A idade chega e o meu amigo, agora já idoso, começou a ter o ônus da idade, ou seja, as múltiplas doenças. A idade do condor. Não o pássaro, mas as diversas dores resultantes do desgaste do corpo. E uma delas atende pelo nome de diabetes, razão pela qual é obrigado a tomar dois comprimidos de um remédio após as refeições, que faz com que as pessoas necessitem ir ao toalete algumas vezes. Soma-se a isso que meu amigo já operou a vesícula. Aliás essa operação é a retirada da mesma, que funcionava como uma barreira de depuração dos alimentos. Sem isso é ligação direta do estômago para o intestino.

Face ao exposto meu amigo é obrigado a ir ao banheiro várias vezes. Normalmente pela manhã, quatro ou cinco visitas, dependendo do que ele comeu. Ele evita sair pela manhã, porém às vezes não dá, então vira e mexe ele deixa na rua cuecas e lenços, de herança, nos WC que é obrigado a ir.

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