É Tempo de Limpeza

por março/2024Crônicas0 Comentários

O meu amigo RD, é assim que vou citar o dono do carro que mais parecia uma lixeira ambulante.

RD era uma pessoa cheia de compromissos. Também, com dois filhos para criar, ele não tinha tempo nem para se coçar. Como dizem: um pai solo, já que a mãe nunca tem tempo para nada.

Um belo dia, ao abrir a porta do carro, deparou com uma passeata dentro do veiculo. Na frente da passeata vinha um camundongo com uma placa que dizia: “Insetos Unidos jamais serão vencidos”. Logo após uma barata gritava “Nós queremos um carro limpo, chega de sujeira!”

Um reporte da TV Globo entrevistou um pernilongo que estava com um lenço na boca para evitar o mau cheiro do lixo: Meu querido repórter, meu primo que veio de longe para me visitar, desistiu. O Aedes aegypti não aguentou a sujeira.

Uma mosca, que morava no veiculo há muito tempo, carregava um megafone e bradava “Queremos limpeza já, chega de imundice!”

Um percevejo lá no fim da passeata ergueu uma vassoura e gritou “Abaixo a inércia, limpeza já!”

Cansado de tanta reclamação do povo que habitava o carro, RD resolveu mandar limpar o veiculo. Três dias depois voltou para buscar o carro no posto, tendo em vista que a lavagem geral exigiu um tempo enorme para sua plena limpeza.

Depois que meu amigo RD adentrou no veiculo e já ia saindo, o frentista o chamou e lhe entregou duas bolsas de supermercado cheias de lixo. Nas bolsas, entre outras coisas, havia: papel de balas Rute, restos de paçoca, palito de picolé, temperos de hambúrguer, algumas batatas-fritas perdidas, lápis e borrachas esquecidos, copos de refrigerante vazios, guardanapos usados e outras tralhas mais.

Foi então que o meu amigo RD perguntou ao frentista: “O que eu faço com estas bolsas?”

– Joga no lixo. Que não seja no seu carro!

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