Final de ano é tempo de confraternizações.
Então a rapaziada lá do Banco, em Neves, no qual eu trabalhei, armou a nossa festa.
Conseguimos um sítio emprestado de um cliente.
Meu amigo Mineiro convidou o Ximbica, grande autoridade em churrasco. Naquela época ainda não era autoridade, na acepção da palavra, como o é hoje.
Sua orientação foi que a carne fosse cortada em pedaços pequenos e colocada em espetinhos de bambu.
O barril de chope ficou aos cuidados do Sr. Juvenil.
Na manhã do dia da festa, meu amigo Paico apareceu com o seu carro, um Chevrolet, ano 50 qualquer coisa. Igual àqueles carros que apareciam nos filmes de gângster americanos (Eliot Ness).
Ele estava dirigindo pela primeira vez.
Eu perguntei: “E ai como estamos de volante?” Meu amigo disse que estava tudo bem e me convidou a ir com ele até o Barreto para ver como ele se saía.
Bem, fomos e voltamos. O carro saía dando “pinotes”, só muito mais tarde ele percebeu que sempre saía em terceira, ao invés da primeira marcha. Ele esqueceu o freio e “beijou” um ônibus de leve. Minhas pernas tremiam, feito “varas verdes”.
Na hora de irmos para o sítio, bem que eu tentei ir em outro carro, mais não teve jeito, “sobrou”, pra mim e para o Sr. Juvenil, pai dele.
Na estrada, um susto após outro.
Finalmente chegamos. O Sr. Juvenil disse que ia tomar conta do chope, para compensar os sustos passados.
A turma estava toda lá: Adjair, Marley, Vasco, Niltinho, Waldemar (com sua brancura), Alberto “Picolé”, Mario Tito, Júlio César, Antonio Carlos (popular Chicão), Ana Maria, Leila” Mineira”, com sua amiga Gilka “Baiana”, Vanda com sua “Mana” Leila e seus lindos olhos azuis, Zelinda, com seu charme, Sr. Pires e suas filhas.
A festa rolou legal, muito uísque com água de coco, chope à vontade e o churrasco maravilhoso do mestre “Ximbica”.
Houve também uma partida de futebol entre os novos e os velhos, o “pau roncou na casa de Noca”, mas no final terminou tudo bem.
Na hora da saída, todos nos respectivos, só faltava o Sr. Juvenil, procura de cá, procura de lá, finalmente foi localizado. Ele estava abraçado ao barril.
-Tá na hora de irmos embora.
-Eu tenho que ir?
-Tem.
-E no carro do meu filho?
-É.
-Foi por isso que eu quis tomar conta do barril.
Ele entrou no carro e desmaiou.
Só acordou no outro dia, vivo.
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