Trabalhava na loja um adolescente chamado Aires. Como todo jovem, ele se considerava a pessoa mais inteligente do mundo. Ouvir a sabedoria dos mais velhos não fazia a sua cabeça.
Ele nasceu com o dom para o comércio. Certa feita, ele ganhou uma chupeta ortodôntica, de cor azul. Saiu para brincar, voltou com uma chupeta branca e um pirulito.
Meu amigo era partidário da Lei do Gerson, gostava de levar vantagem em tudo. Dizia sempre que no mundo só havia dois tipos de pessoas: os espertos e os otários.
Estava cheio de ex em sua folha profissional: ex-funcionário público, ex-enxugador de gelo, ex-empacotador de fumaça… A sua última profissão foi de pedinte, ex-mendigo.