Um Japonês Chamado Joaquim

por outubro/2016Crônicas1 Comentário

jonosake-4Hoje eu vou contar uma história de um japonês chamado Joaquim.

Mãe Janda fez aniversário e para comemorar resolveu combinar com os parentes – filhos, Genro, noras, netos, demais familiares e amigos – uma excursão a um sítio em Itaguaí, chamado “Sitio Jonosake”.

O sábado havia despertado “meio lusco-fusco”, ou melhor, “chove não molha”. Mas mesmo assim lá fomos nós, naquele ônibus alugado de uma empresa de São Gonçalo.

Encaramos a ponte Rio-Niterói, que durante a semana fica sempre engarrafada, porém era sábado, trânsito livre. Na Avenida Brasil, que, pasmem, está em obra, aleluia! Até chegar ao nosso destino, observei como existe muita terra desabitada ao longo das estradas, e olha que a distância percorrida não era tão grande assim, imagine no interior desse Brasilzão. Não dá para entender por que tanta dificuldade na reforma agrária deste país.

jonosake-1Chegamos, fomos recebidos com uma mesa farta: bolo de aipim doce e salgado, aipim frito, café, leite, sucos, pão, torrada, queijo etc. Depois, passamos a conhecer as instalações do sítio: piscina, campo de futebol society, salão de jogos, salão para dança, refeitório etc.

Normalmente o sítio é frequentado por excursões de pessoas da terceira idade. Eu como já estou na segunda, a caminho da terceira, adorei.

E lá estava meu sobrinho Juan, baixinho e magro como ele só, tão magro que o pai o “ancora” com um tênis cano longo, senão o vento leva.

O aposentado Sr. Ronaldo, resolveu jogar pingue-pongue com o jovem Fernando. Se empolgou e quando quis pegar uma cortada deu um jeito no ombro. Desalinhou o esqueleto e saiu com o “feixe de molas corrido”.

No jogo de sinuca, o Sr. Francisco, que diz ser jovem, disputava uma partida com o adolescente Rodrigo. Teimava em jogar sem usar óculos. Mais foi infeliz, pois toda hora encaçapava a bola errada.

No horário compreendido entre 11:30 e 15:00 horas, as cervejas e os refrigerantes são liberados.

Toda hora passava uma bandeja: com quibes, com pão de alho, com bolinho de aipim, com linguiça, com churrasquinho. Tira gostos para aposentado nenhum botar defeito.

jonosake-3E segue a festa.

No salão de danças, um conjunto fazia a alegria da “mocidade da terceira idade”, primeiro brincadeiras: dança das cadeiras, dança do sapinho. São distribuídos prêmios: sacola com aipim, coco verde, cacho de banana, camisetas. Mãe Janda e sua neta Marjorye ganharam quase tudo.

O conjunto “ataca” com as músicas de sempre, boleros inesquecíveis: Benvenido Granda, Agostinho Lara, Nelson Gonçalves etc.

A velha guarda demonstra como se dançava antigamente, juntinho, de rostinho colado. Bom isso!

Depois de ser cantados parabéns para os aniversariantes e ser cortado o bolo, a nossa estada chega ao fim.

No ônibus, na volta, perdido nos meus pensamentos chego à conclusão que felicidade não tem idade, basta olhar a alegria no rosto de todos, velhos e novos.

E agora, para terminar, o nome do dono do “Sítio Jonosake” é Joaquim. Um japonês chamado Joaquim.

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