A solidariedade vive escondida. Quase não se houve falar nela, já que hoje em dia se valoriza mais o egoísmo, o eu, o meu, o nosso. O verbo ter é considerado mais importante do que o verbo ser. Por isso qualquer ação de solidariedade causa estranheza quando são presenciadas. Pobre humanidade que só valoriza os bens matérias, esquecendo dos bens morais, muito mais importantes para o crescimento do individuo como ser espiritual.

Dito isso, vamos aos fatos:

Aquele casal de idosos foi ao shopping comprar alguns materiais para os netos. Eles já estavam com algumas sacolas com coisas compradas fora do shopping. Só de remédios havia umas duas sacolas. Aliás idoso adora ir à farmácia, é um passeio constante. O homem não gosta de ficar entrado e saindo de lojas, enquanto a mulher adora. Visto isso, o marido foi se sentar num banco na frente do shopping. Depois de algumas horas, a patroa retornou e eles saíram do shopping.

De repente eles viram uma cena que chamou a atenção de todos. A solidariedade fez um gol de placa.

Vamos falar desde o inicio da história. Quando o casal estava chegando ao shopping, passaram por um rapaz que estava tocando um sax na calçada, já que a situação dos músicos na atualidade é muito ruim, tendo em vista o corona vírus. Na capa do seu instrumento aberta no chão, havia uns poucos caraminguás, já que a situação está difícil para todos com exceção dos políticos, sempre numa boa.

Mais adiante na calçada, viram uma mulher com uma criança ao lado pedindo um dinheiro, para comprar leite para a criança. Não nos cabe aqui analisar se a criança era filha dela, se ela ia usar o dinheiro para comprar o leite da criança.

Vamos ao final da história que encheu de lágrimas o semblante de alguns transeuntes.

Ao cair da tarde, no final do dia, o músico recolheu o pouco que recebeu pela sua apresentação musical, dirigiu-se à mulher que estava com a criança e deu a ela a metade do pouco que havia recebido.

A solidariedade naquele momento que a tudo assistia sorriu e aplaudiu.