Meu Amigo Jajá

por agosto/2019Crônicas0 Comentários

O tempo passava e nada de São Pedro convocá-lo para um papo tête-à-tête. As pessoas diziam que ele foi esquecido pelo Homem.

Hoje eu vou falar sobre meu amigo Jajá. Depois de criar os filhos, depois de se aposentar, depois de parar de fumar, depois de descobrir uma doença séria, ele não entregou os pontos.

Continuou na sua rotina diária: acordava cedo e ia fazer a sua caminhada de todos os dias, sempre com um sorriso nos lábios, sem se entregar à doença. Sua vontade de viver era muito grande, razão pela qual conseguiu protelar o seu embarque para o além.

O tempo passava e nada de São Pedro convocá-lo para um papo tête-à-tête. As pessoas diziam que ele foi esquecido pelo Homem.

O meu amigo sorria e continuava na sua rotina diária. Eu ia esquecendo um detalhe que pra ele era muito importante: Já, quando estava de retorno para sua casa, parava num bar e tomava uma cerveja bem gelada, sempre na mesma mesa de frente para a rua. Ficava ali uma meia hora apreciando o vai e vem das pessoas rumo às suas tarefas diárias. Depois se levantava e seguia para casa com a certeza de mais um dia vencido.

O dono do bar, assim que meu amigo sentava na cadeira, já vinha com a sua cerveja predileta e um copo. Bom dia, Sr. Jajá! Ele sorria e ficava saboreando a gelada sem pressa nenhuma. Percebendo que o meu amigo estava demorando mais que o normal, o dono do bar chegou-se a ele e perguntou O Senhor quer mais uma cerveja? Só então ele notou que o Sr. Jajá estava segurando o copo vazio e com um ar de satisfação. Porém morto.

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